Entre os rótulos: estudante de Literatura em Portugal, interessada em mulheres e animais (não-humanos) na literatura; curiosa, vegana, feminista, viajante e viajona. Quem eu sou está no que escrevo, nada além.
O que as mulheres desejam? O que as une? O que lhes dá alegria? Quais seus medos e suas angústias? Se você, não importa o gênero, já se fez essas perguntas, esta coletânea é para você. É no jogo de palavras da poesia, na observação arguta da crônica e na força intensa do conto que se desvelam os sentimentos que nos povoam: a alegria de se descobrir, o medo de não ser amada, a solidão, a raiva com as injustiças, com o não poder existir verdadeiramente e com o preconceito. Essas são as nossas palavras. Essas são as coisas que as mulheres escrevem.
O terror escrito por mulheres tem essa característica de mostrar a ferida, de indicar a origem, de traçar o caminho reverso do trauma, em um flashback frenético que arrasta também o outro e o expõe. O terror feminino é o terror do dedo em riste. É Madeline Usher, que volta da tumba para levar junto seu irmão. Crianças desaparecidas, perdas irreparáveis, abandonos, memórias que assumem um aspecto viscoso e nauseante, olhares monstruosos, abusos, possessões, loucuras, violências de toda ordem, loopings temporais, expectativas não correspondidas. Tudo isso se encontra aqui, neste círculo de bruxas.