As horas

Já virou mania ou obsessão.
Não sei dizer.
Só sei que as horas impressas
Me fazem o tempo todo calcular
Se somo ou diminuo
Se multiplico ou divido
Para encontrar a hora perfeita
Aquela que traz a mensagem
Aquela que alegra meu dia.
Sinto muito quando meus cálculos,
Não chegam ao resultado que espero
Poucas vezes isso acontece, é claro.
Sempre acrescento um a mais por minha conta para
chegar na perfeita hora.
Falo daquela hora em que está embutida o
sentimento
Que não tem voz, mas expressa o desejo
Somando tudo posso acreditar nos sinais
Que de alguma maneira o fizeste para me alegrar.
Não deixe de fazê-lo, eu lhe peço.
Eu mesma com medo,
Emito também meus sinais.
Caso não o perceba
Pare para observar
E verás que no relógio
A voz que cala imprime nossos sentimentos.
Cada minuto é contado para que chegue a hora
esperada
A hora marcada de um encontro
Que só nós dois entendemos e sentimos.
E isso por enquanto basta.
Tic tac.

Texto por Adri Oliveira

 

 

Biografia da autora:

Adri Oliveira é uma estudante eterna. Curiosa e detalhista gosta de enxergar o belo e transmiti-lo por palavras e imagens. A escrita, a música e a fotografia andam juntas nesta sua jornada. Já publicou alguns contos em coletâneas e é autora do livro “Para ser forte descubra sua fraqueza”. Atualmente está escrevendo textos infantis e um romance fantástico. E na sua marcha diária, as palavras crescem do nada e viram poesia mesmo que ninguém as entenda.