Amanhecer cinzento

Amanhecer cinzento, entre tantas janelas de uma imagem urbana via rostos sem forma definida, apenas imagens, que mais lembrava pássaros engaiolados. Nesse momento voltava os olhos para a minha própria gaiola, fui tomada por um desejo súbito de voar, bater asas, foi inevitável, respirei fundo, me aproximei da janela e rapidamente me despi de tudo que cobria meu magro corpo me preparando para o meu vôo rasante, mergulhei naquele profundo nada e pude ver os rostos das gaiolas desfocados pela distância.

Pássaro é livre, vento no rosto a procura de sei lá o que, de todas as incertezas, algo estava em minha mente, gaiola não seria mais minha morada.

Texto por Ana Paula Pedroso

 

Biografia da autora:

Ana Paula Pedroso, bióloga, professora na educação pública, bacharel em direito, pós graduada em educação ambiental e especial, apaixonada pelo universo literário e pela possibilidade de criar com a arte de escrever.